Como desfrutar o céu na terra

17:28 / Postado por Diogo Mota /



Referência: Colossenses 3.1-11

INTRODUÇÃO

1. No capítulo 2 de Colossenses Paulo diz que o verdadeiro cristão é alguém que recebeu a Cristo como senhor, que anda com Cristo e que está fundamentado em Cristo. Também Paulo alerta para os quatro perigos que tentam nos desviar da caminhada com Cristo: o Gnosticismo, o Legalismo, o Misticismo e o Ascetismo.

2. Agora, Paulo vai falar sobre algumas implicações práticas da vida cristã. O crente não é apenas alguém que declara ou defende a verdade, mas alguém que demonstra a verdade em sua vida. Paulo mostra que há uma estreita conexão entre o que nós cremos e o que nós praticamos. Não pode existir um abismo entre a fé e a prática, entre o discurso e a vida.
I. DESFRUTAMOS O CÉU NA TERRA QUANDO BUSCAMOS AS COUSAS DO ALTO – V. 1-4

A. Desfrutamos o céu na terra pela nossa identificação com Cristo.

1. Nós morremos com Cristo – v. 3a
• Cristo não apenas morreu por nós (substituição), mas nós também morremos com ele (identificação. Cristo não apenas pagou a nossa dívida com sua morte, ele também quebrou o poder do pecado em nossa vida. “Como viveremos agora no pecado, nós o que para ele morremos?” (Rm 6:2).
• Watman Nee conta que certa feita andando de trem, foi convidado para jogar baralho numa roda de amigos. Ele respondeu: “Eu não posso, porque eu estou morto.”

2. Nós vivemos em Cristo – v. 4a
• Cristo é a nossa vida. A vida eterna é Cristo. Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o Filho não tem a vida (1 Jo 5:12). A essência da vida eterna é conhecer a Cristo (Jo 17:3). Assim, nós estamos mortos e vivos ao mesmo tempo. Estamos mortos para o pecado e vivos em Cristo. Paulo diz: “para mim o viver é Cristo” (Fp 1:21). Diz ainda: “Não sou eu mais quem vive, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2:20).

3. Nós estamos ressuscitados com Cristo – v. 1a
• É possível se estar vivo e ainda viver na sepultura. Vi isso no Cairo, no Egito. Mas quando cremos em Cristo, ele nos tira da sepultura e nos transporta para os lugares celestiais, onde está assentado à destra de Deus.
• A condicional “se” do v. 1 não é a expresão de uma dúvida. Todos os que receberam a Cristo estão identificados com ele na sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão. A expressão significa: Desde que, já que vocês foram ressuscitados com Cristo, então, busquem as coisas lá do alto.

4. Nós estamos escondidos com Cristo – v. 3b
• Nós não mais pertencemos ao mundo, mas a Cristo. As fontes da vida, nas quais nos alegramos vêm somente dele. Em Cristo estão escondidos também todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (2:3). Estar escondido com Cristo significa que nele nós temos segurança e satisfação. Nada nem neste mundo nem no vindouro pode nos separar do amor de Cristo (Rm 8:31-39).

• A nossa esfera de vida não é mais terrena. Nascemos do alto. Buscamos as cousas do alto. Estamos assentados com Cristo nas regiões celestes. Nossa Pátria está no céu. Aspiramos as cousas do céu. Isso não signica irresponsabilidade com as cousas da terra, mas significa que os nossos motivos e a nossa força vêm do céu e não da terra.

5. Nós estamos glorificados em Cristo – v. 4b
• Cristo agora está assentado à direita de Deus Pai no céu, mas um dia ele virá para nos levar para o Lar (1 Ts 4:13-18). Quando ele se manifestar, nós que estamos escondidos com ele, também nos manifestaremos em glória. Na mente e nos decretos de Deus nós estamos glorificados (Rm 8:30). Mas a plenitude desta glória ainda está por vir.

B. Desfrutamos o céu na terra pela nossa aspiração por Cristo

1. Devemos fixar nossa ambição na busca de tudo o que está relacionado com Cristo na sua exaltação – v. 1
• Devemos buscar em primeiro lugar as cousas do céu. Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus. Devemos estar enamorados do céu. Devemos ter saudades do céu. Devemos nos encantar com a cidade cujo arquiteto e fundador é Deus. Devemos desprezar os encantantos da terra por causa da sublimidade do céu. Pertencemos a uma nova vida. Temos um novo Lar. Temos uma Nova Pátria.

2. Devemos pensar nas cousas lá do alto – v. 2
• Os nossos pés devem estar sobre a terra, mas as nossas mentes devem estar no céu. Hoje vivemos a inversão desses valores. Os crentes querem um paraíso na terra. Querem tesouros na terra. Estamos agarradas às coisas da terra, por isso não aspiram as cousas do céu.
• Josué e Calebe enfrentaram as tentações do deserto e suportaram a incredulidade dos hebreus e entraram na terra prometida, porque suas mentes estavam em Cannã. Eles sabiam que tinham uma herança em Cannã.
• Nosso tesouro está no céu. Nosso descanso está no céu. Nosso Senhor está no céu. O céu é a nossa origem e o nosso destino.
II. DESFRUTAMOS O CÉU NA TERRA QUANDO MORREMOS PARA AS COUSAS TERRENAS – V. 5-9

1. Devemos andar com a certidão de óbito no bolço – v. 5-7
• Porque nós morremos com Cristo (3:3), nós temos poder para fazer morrer a nossa natureza terrena (isso não é ascetismo – flagelação do corpo).
• Devemos nos considerar mortos para o pecado (Rm 6:11).
• Jesus disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti” (Mt 5:29). É óbvio que nem Paulo nem Cristo está falando de uma cirurgia literal. O mal não vem dos olhos, da mão, do pé. Ele vem do coração.
• As duas jovens que se converteram e foram chamadas para ir a uma boate: “Nós não podemos ir, porque estamos mortas”.

2. Devemos saber para quais coisas estamos mortos – v. 5
• Paulo denomina os pecados. Esses pecados faziam parte da velha vida (v. 7) e eles atraem a ira de Deus (v. 6). Esses pecados não são mais compatíveis com a nova vida que temos em Cristo.
• Que pecados são esses?

a) Pecados Morais – Prostituição, impureza e lascívia estão diretamente ligado a pecados sexuais. Toda sorte de relação sexual antes e fora do casamento estão aqui incluídos. Não apenas o ato pecaminoso, mas também a intenção e o desejo impuro.

b) Pecados Sociais – desejo maligno e avareza falam de desejar o mal para os outros e desejar o que é dos outros. O que nós desejamos determina o que nós fazemos.A avareza (pleonexia) é o pecado de desejar sempre mais, sem nunca se satisfazer: seja de coisas ou de prazeres. Isso é idolatria, porque substitui Deus por cousas ou prazeres.

3. Devemos tirar de sobre nós as roupas da velha vida e deixá-las na sepultura – v. 8-9

a) Pecados ligados ao temperamento – ira (thymos), indignação (orge) e maldade (kakia) falam de um temperamento não controlado pelo Espírito de Deus. Ira descreve um temperamento explosivo como fogo de palha. Indignação fala de um ira que se acumula e que jamais cessa. Maldade fala de um desejo maligno contra uma pessoa que se entristece quando ela é bem-sucedida e se alegra quando ela passa por problemas.
b) Pecados ligado à língua – Maledicência, linguagem obcena e mentira são termos que descrevem o uso indevido e impróprio da língua. Malicência é falar mal dos outros. Linguagem obcena é ter a boca suja. Mentira é falsear a verdade.Quando um crente mente, ele está cooperando com Satanás que é o pai da mentira. Positivamente falando, O cristão deve ter uma linguagem amável, pura e verdadeira.
III. DESFRUTAMOS O CÉU NA TERRA QUANDO NOS REVESTIMOS DE CRISTO – V. 10-11

1. Porque o velho homem morreu, o novo homem está no controle – v. 10
• Porque nós vivemos em Cristo, devemos buscar as cousas lá do alto.
• Porque nós morremos com Cristo, nós devemos nos despojar das cousas que pertenceram à velha vida de pecado.
• O resultado é que nos tornamos semelhantes a Jesus Cristo. Quando nós confiamos em Jesus Cristo nós removemos a velha vida e colocamos a nova. O velho é sepultado e o novo homem agora está no controle.
• O verbo “revestistes” está no particípio presente, significando que nós somos constantemente renovados. O ato da salvação conduz ao processo da santificação.

2. Porque o velho homem morreu, o novo homem é continuamente renovado em Cristo – v. 10

a) Através do Conhecimento – Quanto mais conhecemos a Cristo, mais nos tornamos selhantes a ele.
b) Através da transformação à imagem de Cristo – O homem é a imagem de criada (criação), deformada (pecado) e transformada (redenção).

3. Porque o velho homem morreu, o novo homem em Cristo desconhece muros de separação – v. 11

a) Não há barreiras de nacionalidade- grego nem judeu
b) Não há barreiras de ritos religiosos – circuncisão nem incircuncisão
c) Não há barreiras de diferenças culturais – bárbaro e cita (os gregos consideravam todas as pessoas não gregas como bárbaros e os citas eram os mais bárbaros mais atrasados).
d) Não há barreiras sociais – escravo e livre.

4. Porque o velho homem morreu, Cristo é tudo para nós – v. 11
• Cristo é tudo na Epístola aos Colossenses: 1) Ele é o Filho amado de Deus (1:13); 2) Ele é a imagem do Deus invisível e o Primogênito de toda a criação (1:15); 3) Ele é o eterno, onipotente criador (1:16); 4) Ele é a cabeça da igreja (1:18); 5) Ele é o nosso redentor (1:14); 6) Ele é a esperança da glória (1:27); 7) Ele é o detentor de todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (2:3); 8) Ele é a plenitude de Deus (2:9); 9) Ele é tudo em todos (3:11). Cristo é o centro da história, da criação, da salvação, do céu. Cristo é tudo em todos:

a) Cristo é tudo na Bíblia
b) Cristo é tudo no plano redentor de Deus
c) Cristo é tudo na igreja
d) Cristo é tudo no céu.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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